18 January 2007

Abortos

Hoje fui acompanhado pela TSF na minha viagem, como é alias costume. Esta prestou um fantástico serviço público, ainda por cima sem para isso ter compensações. Trouxe para o seu fórum diária um tema muito interessante. Em torres novas um sargento do exército adoptou, até aos cinco anos, uma menina, cujo pai biologico tinha pelos vistos abandonado. Durante esse periodo este PAI - que só não era biológico - tomou conta desta criança. Não sei se totalmente bem, mas deve pelo menos ter assegurado que esta tinha alguem que lhe desse a atenção que ela merecia.
Passados cinco anos, o pai biologico, decidiu reaparecer em cena, e foi reclamar a custódia da filha em tribunal. Este decide, qual estação de correios a tratar de uma encomenda não reclamada em tempo, que a criança deve deixar os PAIS que até aos cinco anos trataram dela, para voltar a ficar a cargo do biológico, que nada fez pela menina durante todo esse tempo.
Como quem tem a criança neste momento não aceitou a decisão, o que me parece óbvio, o mesmo tribunal decidiu condenar o sargento a seis anos de prisão por sequestro.
Acho que isto devia fazer pensar as pessoas em vésperas de um referendo para o aborto. Eu sou completamente contra o referendo. Acho que ele é simplesmente o resultado da falta de coragem politica de pessoas, que não são capazes de assumir as posições que defendem, com medo de isso lhes afectar a popularidade e fazer perder votos. Ainda é mais grave, por partir de alguém que lança aos quatro ventos que coragem é o que não lhe falta. Mas acho que deve fazer pensar as pessoas que defendem que se tem de ter a criança a qualquer preço. Para quê ter essa criança se os pais a não querem, a não desejam e a não vão amar. Para por mais um ser no mundo, que pode acabar abandonado, queimado, maltratado, mal amado. Tudo porque o tal feto já tem vida e tem de por isso sair a qualquer preço. Não penso que assim seja. Se os pais o não querem mais vale que o não tenham.
E neste caso acho que faz todo o sentido que fique com a criança não quem a fez, mas sim quem a quis. E quem a quis foi o tal sargento que a adoptou e que durante 5 anos a acolheu como filha e lhe deu aquilo que de outra forma ela nunca teria. Assim, não consigo perceber a atitude destes 3 juizes de torres novas, que esses sim, parecem uns abortos com a decisão tomada. Esperemos bem que os tribunais superiores lhes anulem a decisão e que depois se retirem as consequências devidas das acções destes senhores, que tratam esta criança como um mero objecto que pode ser reclamada por um qualquer propietário em qualquer prazo que lhe dê na gana. Só espero que eu não acabe também preso por injurias aos juizes - PREPOTÊNCIAS.

2 comments:

AFSC said...

"E neste caso acho que faz todo o sentido que fique com a criança não quem a fez, mas sim quem a quis."
Tenho acompanhado o caso pela comunicação social, e estou completamente de acordo com esta tua afirmação. Vamos ver o decorrer..

Helena Balan said...

que injustiça...
concordo plenamente contigo..