Mais uma vez tenho de aproveitar para dar os meus parabéns a este magnífico governo que tão bem toma conta dos nossos destinos. A este e aos anteriores que são mais ou menos parecidos. Temos tido uma alternância democrática que se traduz no peso. Ora temos os magros autoritaristas como o Cavaco e o Sócrates, ora temos os gordos bonacheirões do guterres e do barroso. No fundo Portugal, como país de brandos costumes, abdicou da ideologia pela culinária. Em vez de discutirmos princípios de esquerda e direita discutimos sobremesas, calorias e jogings. O tabaco será pelos vistos o tema a juntar nesta nova era.
Mas os meus parabéns tinham que ficar aqui bem patentes porque é por todos assumido que o nosso estado tem sido um travão ao desenvolvimento por via dos seus gastos excessivos. E estes governos têm sabido estar a altura, cortando a direito, em tudo o que é importante. Tenho um familiar com um cancro na mama, que precisa de exames urgentes, mas que na passada sexta feira esteve toda a tarde numa sala de espera de um hospital (depois de fazer 70km até Lisboa, três semanas depois de terem sido marcados - sinónimo de urgência) e acabou por voltar para a sua terra sem os fazer, porque mais uma vez a máquina avariou. Os Auxiliares explicaram, com grande calma, que a máquina já e velha e tem tido muito uso. Assim o exame urgente, para decidir o que fazer é adiado por mais três semanas.
Cortar nas despesas de representação, nos carros, nas viagens, nas mordomias, nos funcionários públicos especializados na área do tetris, nas despesas sumptuosas em estradas e tgvs - Não. Poupar nas máquinas que fazem exames indispensáveis a saúde e à vida das pessoas - Sim.
Podemos estar descansados que se morrermos por falta de diagnóstico ou tratamento, o TGV leva-nos ao cemitério em tempo record - tudo para diminuir a decomposição do corpo e o sofrimento da família.
Obrigado Sócrates!
Obrigado governantes deste país!
Obrigado por saberem utilizar tão bem o dinheiro de impostos que simpaticamente me usurpam todos os meses.
