11 November 2007

Jogo

"Com esta história Platão quer mostrar para todos nós que devemos aprender a raciocinar por nós mesmos, e não pensar apenas sobre o que querem que pensemos, e que é preciso aprender a ver não só o que as pessoas que tem o poder nos mostram, mas ver além das coisas concretas. Os homens que não queriam sair da caverna, somos nós que não estamos dispostos a pensar, porque já estamos acomodados a esta vida medíocre que levamos, acostumados a ver somente o que os donos do poder nos mostram e acreditando que somente aquilo é verdadeiro que somente eles estão certos, e que nós não precisamos pensar porque já tem que o faça por nós. Então somos convidados a sair da caverna para ver a realidade e deixarmos de ser submissos a estes tais donos do poder. Agora só depende de cada um para acordar para esta realidade e aprendermos a pensar, não sobre o que querem que pensemos e sim que descubramos o verdadeiro mundo que existe e nós não conhecemos.
Gustavo Baptista Soares - Colégio Santa Isabel -1°A . Setembro de 2004

Isto não faz parte do concurso do Jorge Gabriel em que adultos tentam mostrar que sabem mais que crianças - ou o contrário. Como na publicidade faço este pequeno alerta em letras minúsculas, para que, as poucas pessoas que lêem este espaço, não fiquem com ideias erradas.
Tudo isto a propósito de uma ideia que tive enquanto estava a tomar banho. É verdade! Até a tomar banho podemos ter ideias que nos parecem geniais. O pior é depois quando analisamos bem o resultado dessa ideia, muitas das vezes chegando à conclusão que de genial tinha pouco ou nada, mais valia ter ficado quieto. Esta que me surgiu no banho, ainda para mais não um banho qualquer mas um banho tardio ,depois de um acordar tardio, posterior a uma forte noitada - tem todas as condições para ser vir a tornar num desses casos.
Enfim! Pelo menos já avisei todos os que chegaram até aqui. Assim ninguém me pode acusar de publicidade enganosa, de vos ter feito perder tempo com a promessa de algo genial, que afinal se revela numa reflexão de chinelo. Mas também quem chegou até aqui já leu muito este blog e por isso não deveria ter esse tipo de espectativa.
Como eu tentava dizer - já devem ter percebido eu tento muita coisa e raramente consigo atingir grandes resultados. Então na escrita perco-me em trezentas coisas sem muitas vezes conseguir chegar ao objectivo inicial (já não sabia como separar esta nota do resto do texto por isso vai assim, é só para repararem que este foi um excelente exemplo de uma subtil psicanálise encapotada) - pensei na alegoria da caverna.
Antes de me ter libertado para viver neste magnífico exemplo de primeiro mundo urbano que é o seixal, também estive nessa caverna. Não sei se seria exactamente esta em que esteve platão, se seria outra, porque imagino que com tantas pessoas no mundo, deva existir não uma, mas um autentico complexo turistico de cavernas. Bom, estive algum tempo nessa caverna com um monte de pessoas que não me lembro porque não estabeleci qualquer tipo de relações com elas, aliás nem tal era suposto para não estregar o efeito pretendido com a presença na caverna. Lembro-me contudo de ter assistido a umas palestras muito interessantes de um senhor que me não lembro o nome, mas vestia sempre de vermelho e tinha cornos e cauda bastante visivel. Esse senhor ensinava nas suas palestras que quando saissemos daquela caverna iriamos para um sitio chamado mundo (no meu caso não percebo porque me calhou o seixal, mas eu também nunca tive sorte nenhuma na vida) onde teriamos a oportunidade de durante algum tempo participar num jogo. O objectivo dessa passagem era assim meramente ludico como percebem - isto no caso de ainda não terem percebido. Nesse período tudo seria permitido, teriamos um tabuleiro, mais ou menos ele explicou as regras que passavam por não matar ninguém porque isso implicava o fim do jogo, e disse que existiam figurantes, que tinham uma forma humana mas não passavam de peças do jogo. Já estou por aqui há algum tempo, tem sido divertido, mas confesso que tinha uma expectativa mais elevada relativamente ao jogo em si, também não tenho a certeza que esteja a jogar bem - também não sou dos mais experientes. Faz-me principalmente confusão uma coisa que ainda não consegui perceber ou controlar no jogo. Sempre que eu uso uma peça do tabuleiro para alguma coisa eu não sinto absolutamente nada a não ser o prazer inerente a acção que pretendia realizar, no entanto, quando alguém me utiliza a mim como peça do jogo, tenho sentido umas recções um pouco estranhas, bastante fortes, desagradavéis e depressivas. Alguém sabe como passar isto, códigos ou assim, para se ultrapassar este efeito?