30 June 2008

Marcos

Em Dezembro de 2006 comecei este blog (já tinha alguns textos escritos que aqui juntei, mas ainda não num blog). Nessa altura mais um ano estava a acabar e comecei por escrever sobre o que tinha sido esse ano que naquela altura terminava, meditando sobre o meu novelo.
Logo de seguida chegava 2007 como um marco sempre importante na vida de uma pessoa, fazer 30 anos. Os antigos colocavam marcos para delimitar os seus terrenos, marcar o seu território relativamente aos outros. Os meus avós viviam numa aldeia e os marcos e os terrenos tinham para aquelas pessoas um valor impressionante. Eram capazes de dar a vida pelo seu terreno, a maior riqueza de quem se dedicava a agricultura. Eu também utilizo esses marcos para delimitar os meus terrenos com a unica diferença que aqui são todos meus. Estes marcos não me separam dos outros, antes organizam o que é meu na relação com os outros.
Provavelmente os marcos mais importantes nunca surgem nestas datas redondas como os limites dos terrenos nem sempre obedecem a formas geométricas, mas a verdade é que é nessas datas redondas que acaba por surgir a oportunidade de para para reflectir sobre o que de bom e mau cresceu nesses últimos terrenos. Das terras que foram mais ferteis e das que se demonstraram mais áridas. Dos terrenos e dos anos das boas e das más colheitas.
Eis que estou a chegar a um ponto onde se deve parar para pensar. Onde se recebe um cartão a dizer vá para a prisão, irá sem passar pela casa partida e sem receber dois contos. E ai se fica durante uma jogada a pensar no resultado dos dados nas ultimas voltas, da rentabilidade das compras, do azar dos pagamentos aos outros concorrentes.
Ao contrário do que poderia pensar fazer 31 parece mais complicado que fazer 30. Nos 30 ainda se pensa que acabamos agora mesmo de ter 20, ainda nos estamos a iniciar nos 30. Agora com os 31 já se passou esse início e já se entrou de cabeça nos intas. Boas reflexões para ter com o psicologo num divã perto de mim.
A verdade é que este ano foi o mais incrivel da minha vida. Nunca um ano tinha tido tantas mudanças seguidas, sempre num ritmo alucinante que quase me não deixou sequer tempo, para pensar no que me estava a acontecer. Qualquer coincidência entre a situação em que estava à um ano e a de hoje é uma mera coincidência.
Será que agora vou ter tempo para conseguir pensar em tudo o que me aconteceu? Será que vou conseguir aguentar este ritmo e este novos desafios? Será que serei capaz de encher as zonas incompletas da minha vida? Se estivesse a escrever uma novela da globo diria não perca as cenas dos próximos capitulos. Como não gosto de novelas digo só que irei partilhando com o mundo as respostas a estas interrogações.
Obrigado a Todos os que têm crescido nos meus terrenos!