09 November 2007

Desgovernados

Hoje ouvi a Joana Amaral Dias, uma das mais importantes representantes da esquerda caviar em Portugal, junto com a Ana Drago, criticar a preocupação que o deficit orcamental tem despertado em Portugal.
Segundo esta esquerda caviar não faz sentido estarmos todos preocupados com o deficit, mas deviamos sim estar preocupados com o crescimento, o emprego e o bem estar dos Portugueses.
A economia é a mais simples das ciências sociais, e a sua ideia de base é ser racional nas escolhas de aplicação dos nossos recursos (dinheiro) que são escassos em necessidades que são ilimitadas.
Pensemos no estado como uma grande família, em que o governo funciona como os pais que têm um determinado rendimento mensal para gastar - os tais recursos. Essa família vai ter concerteza milhares de coisas que vai querer comprar, carros, televisoes, telemoveis, brinquedos, viagens, roupas, casa, ....... A economia estuda formas racionais para que a família aplique o seu dinheiro de forma a que, quando chegar ao final do mês, não tenha gasto tudo em coisas que não são essenciais como telemóveis e roupa e consiga ter dinheiro para pagar a luz e comprar a comida para a mesa. Sim porque as famílias não podem gastar mais do que aquilo que têm disponível. Eu tenho a certeza que uma família que ganha o ordenado minino adoraria passar as suas férias nas caraíbas (o que lhe aumentaria em muito o seu bem estar) mas como não tem dinheiro não o pode fazer.
A unica excepção são os desgovernados que usam cartões de crédito e outros financiamentos para comprar o que não podem e vivem depois na corda bamba durante o ano. O que esta esquerda caviar quer para Portugal é exportar esse modelo tão em voga no nosso jet set falido.
Vamos todos para as caraíbas, com telemóveis de luxo e malas da louis vitton cheias de roupa comprada na fashion clinic. Mas esquecem-se que Portugal é um país de ordenado mínimo que naõ se pode dar ainda a esses luxos.
Assim em vez de desafiarem os trabalhadores para greves de luta por coisas que não podem comprar, deviam era explicar-lhes que primeiro têm que adaptar o que gastam ao que ganham. E depois de fazer isso têm que se esforçar por ganhar mais para poderem comprar mais coisas. Eu sei que isto não é simpático de dizer, e que é bem mais facil e popular a solução do cartão de crédito que a do mérito e da melhoria da qualidade do nosso trabalho. Mas essa é a diferença entre estar ou não falido.