David Lynch fez há uns anos um filme que se chamava uma história simples. Lynch - que normalmente sempre se dedicou a histórias complexas, propunha-se aqui voltar a essência das coisas e contar uma história real, de um homem de 73 anos, que fez uma viagem de mais de 500km num cortador de relva, para ver um irmão doente.
O mundo está cheia de histórias e acontecimentos que são assim, simples na acção, mas cheios de conteúdo e significado. Mas nós, talvez por sermos seres complexos, nem sempre valorizamos a simplicidade. Vivemos uma busca incessante por coisas diferentes que alimentem a nossa alma, pensando que diferente é sinónimo de elaborado ou complexo. Como todos caio muito nesse erro, de nessa valoração esquecer o simples, às vezes tão obvio e tão ao nosso alcance, que na maioria dos casos, nem para ele olhamos. No entanto, essa simplicidade é por vezes a que mais nos satisfaz, que mais nos enche, que mais nos completa.
De novo voltei a sentir esse sabor . Durante muito tempo tenho andado nessa busca por algo tão espectacular, tão fora do comum, tão sublime e elaborado, que me iria saciar para todo o sempre. A busca pelo tesouro opulento que atrás escrevi.
Subitamente - faz hoje precisamente uma semana - uma história simples se iniciou. Nada teve de elaborado no seu surgimento, nada teve de opulento no seu desenvolvimento. Mas tem sido rica em significado e conteúdo. E espero que assim continue simples mas com enorme valor.
Obrigado a Quem a está a criar comigo!
