02 December 2007

O Senhor dos Aneis


A ciência - dendrocronologia - tem utilizado as àrvores como arma de conhecimento do passado, medição de idades, estudo do clima e das condições climatérias. Tudo porque as àrvores, em mais um dos fantásticos processos que se desenvolvem na natureza, cobrem, cada ano, o seu tronco com um novo tecido exterior - criando um anel. Em condições climáticas favoráveis, é natural que a árvore cresça mais rapidamente e, por isso, que o novo anel seja mais espesso. Em condições desfavoráveis, passar-se-á o contrário. O processo repete-se durante toda a vida da árvore. Como cada anel é, no ano seguinte, recoberto por um outro novo, é natural que as condições de crescimento fiquem registadas no tronco da árvore.
No fundo, todos os anos a àrvore muda de pele, como nós. Mas o que é engraçado nesse fenómeno é que quando o ano é bom ela cresce mais que num ano mau, e por isso o seu anel será maior, como forma de destacar esse ano dos outros - um vintage se um vinho fosse o assunto.
Eu completei na sexta feira mais um anel da minha vida. Não teve a duração de um mas de quatro anos, e nele tive todas as condições climatéricas favoráveis ao meu crescimento. Desta forma, o tamanho e a cor deste anel são de tal forma fortes, que vão ficar marcadas de forma destacada no meu tronco.
A partir de segunda feira um novo anel começará a ser formado, mas a natureza, na sua fantástica organização, nunca permitirá que um anel anule ou suprima o outro. Independente de todos os que hão-de vir, este ficará para sempre no meu tronco!